segunda-feira, 12 de março de 2007

PROVÁVEIS

Existe um sentido para o norte
Quando o sul também é uma possibilidade,
O que há encima que não germina embaixo
E o que tem por baixo que não tenha caído de cima.
Qual a direção mais sensata
Os lestes que dão os braços
Os oestes que nos acolhem aos bagaços.
O que de venturoso traz o mar
No seu ir e vir de tanto tempo
Que a gente sabe é o vento
Quem move as águas e as gentes.
E qual o sentido do vento
Lançar nos chão dos esguios
E por que na volta, não volta
A levantar o impossível.
Quando me dou a querer
Sempre se apontam ao meu rumo,
Todas as direções do mundo,
Todos os ventos, pororocas.
E que sentido tem querer,
Se as vertentes não se desfazem,
Se o sul é sempre um buraco
Nunca permutará a palavra,
Não se pode tirar um s
Em norte não se revelará,
E nem serão revelados os dias,
As horas, o tempo por lá e por lá.
Ai coração compassivo,
Pendes como um fiel,
Como um balado de igreja,
Agora te mostras o ensejo,
De um bom parquinho de festejo,
Mas quanto à direção, o vento,
Não respondes, ficas no peito,
Quieto, manso arquejando,
Como quem bebeu veneno.

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